30 de maio de 2006

Anacleto Cão Guru



Nasci na Austrália, mas a minha família é originária da Índia. Os meus antepassados adoptaram o nome Guru porque um avô-mesmo-muito-antigo tinha sido chefe espiritual da aldeia onde vivia, aconselhando as pessoas para que vivessem sempre em paz, de forma solidária e amiga, fraterna. A terra dele chama-se Goa, uma antiga colónia portuguesa desde os tempos dos descobrimentos. Lá os velhotes são respeitados e valorizados porque as pessoas sabem que eles acumularam muita sabedoria ao longo da vida.
Já viajei por alguns países na região onde nasci antes de vir para Portugal. Fui a Macau e a Timor, também duas antigas colónias portuguesas no Oriente. Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar àquela parte do Mundo e a estabelecer relações comerciais com aqueles povos. Foram quinhentos anos de trocas culturais e agora ainda há uma boa relação de amizade entre os povos desses países e os portugueses. Foi lá que aprendi a falar português, língua que ainda hoje é falada por muitas pessoas.
Às vezes dizem-me que não há cangurus na Índia, mas no mundo dos bonecos tudo é possível porque não há limites para a imaginação. Para dizer a verdade não sou um canguru, mas sim um cão parecido com um canguru. Lá no fundo somos da mesma família. Mas tenho muitas diferenças com os cangurus da Austrália. Não falo inglês e não gosto de hambúrgueres; prefiro pastéis de bacalhau e sopa de cenoura, ou então um caril de frango, e para rematar um bom pudim de ovos, coisa que os amigos australianos nem sabem o que é. Também adoro algumas frutas como as mangas, os abacates ou os abacaxis, que são características de países quentes como a Índia ou Timor (lá é quente o ano todo!).
Os meus familiares sempre me ensinaram a respeitar os bonecos de todas as cores, com culturas e línguas diferentes, vindos de outras terras, porque temos muito a aprender com eles, coisas que nos tornam mais-ricos-na-alma e mais sabedores. É por isso que eu adoro fazer novos amigos.

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